quarta-feira, 23 de julho de 2008

No fundo da gaveta...

Partilho convosco o meu achado do dia... Pelas minhas contas deve ser de 1870/80. Quando a vi disse: está tão perfeita que nem consigo acreditar que tem os anos que tem! Achei piada ao que está escrito no cartão; pensei que por acaso até tinha durado! Afinal enganei-me... este tipo de impressão é mesmo permanente (ai as aulas de história da fotografia...).
Deixo-vos a descrição do site Lupa:
"O papel de carvão apareceu no mercado em 1864 ostentando a designação de papel permanente. Não existe prata neste processo: a imagem é formada por um pigmento disperso em gelatina e o princípio de funcionamento nada tem a ver com sais de prata. A substância sensível à luz é a gelatina impregnada de sais de crómio, que endurece e mantém o pigmento agarrado nas zonas expostas à luz solar; nas zonas não expostas, a gelatina não endurece e desfaz-se em água. O pigmento pode ser o carvão em pó, ou qualquer outro de qualquer cor; a designação, que se generalizou “prova em carvão”, provém do primeiro pigmento usado, precisamente o pó de carvão. São provas sem dúvida permanentes, pois não desvanecem nem alteram a sua cor, mesmo em condições adversas. Ainda assim, o público aderiu apenas moderadamente a este novo processo, bem mais caro e difícil de executar do que a impressão em albumina. A sua realização exigia uma grande habilidade por parte do impressor uma vez que era necessário fazer uma transferência da imagem em gelatina para outro papel de suporte. Os papéis de carvão eram comercializados em três graus de contraste e as cores mais frequentes eram o castanho e o preto. Este processo também foi designado por Fotografia Permanente e Cromotipia e foi praticado desde a década de 1860 até cerca de 1940.

Alguns fotógrafos imprimiam retratos em papel de carvão para o grande público e até retratos de pequeno formato em cartões de visita. As provas em carvão são frequentes em álbuns de paisagens e monumentos, em imagens de obras de arte e retratos de pessoas famosas. Firmas como a Adolphe Braun, em França e a Hanfstangl na Alemanha produziram grandes edições de fotografias de objectos de arte em papel de carvão. Em Inglaterra, o papel de carvão era produzido com o nome comercial de Autotype e foi comercializado até meados do século XX. Em Lisboa, pelo menos um estúdio, a Fotografia Popular, imprimia os retratos em papel de carvão, nos formatos cartão de visita e cabinet."
É genial o que se encontra no fundo das gavetas das avós...

3 comentários:

Arioplano disse...

Com direito a referência histórica do estúdio e tudo.
I say, não faça(m) como eu, não deixe(m) para tarde o começo duma colecção de achados fotográficos.
Ver apenas as dos outros, como diria o Moretti, "è anche bello, però è tutta un’altra cosa..."

Anónimo disse...

Obrigada pelo conselho; ainda tenho alguns 'baús' para vasculhar! Talvez venha a encontrar outro tesouro ;-)

Anónimo disse...

Então gente, queria saber se algum de vcs sabem de uma técnica que era utilizada em umas revistas dos anos 90 que funcionavam assim: vinha página da revista em branco, e ai passava-se um pincel com água e a imagem era formada. QUALQUER informação é válida: se souber o noem da técnica, do pigmento utilizado...qualquer coisa!

bom, espero ansioooosa respostas!