sexta-feira, 20 de junho de 2008

Workshop com Jamie Isaia - PHE08

Sem saber, inscrevi-me num workshop “de moda” . Quando me apercebi, passei-me; no entanto, hoje posso dizer que foi uma das experiências mais marcantes e certamente importantes e decisivas na minha vida. Comercial, chato, sempre igual?! De todo! Foi essencialmente sobre o desenvolvimento de uma visão pessoal na fotografia e como conseguir mantê-la num mundo aparentemente tão comercial como a moda... ‘HOW TO NOT SELL OUT’. Nunca pensei que se pudesse aprender tanto numa semana! Só vos posso dizer que nem imaginam o que perderam por não se terem interessado em participar no campus da Photo España. Quem quiser e puder, devia mesmo tentar vir no próximo ano. Os professores convidados são sempre geniais (os dos outros workshops também eram óptimos. Vejam o trabalho da Jacqueline Hassink, brilhantemente construído, e do Guillaume Herbaut, que é tipo reportagem mas em bom – isto sou eu a deitar a língua de fora aos futuros fotojornalistas...).

Voltando ao mais importante, para além do que se aprende com a pressão de ter de criar e executar projectos do nada, longe de casa e sem recursos (nem modelos havia), de um dia para o outro (literalmente), foi importantíssima a componente teórica que foi dada sobre dezenas de fotógrafos com trabalhos tão distintos (e fabulosos... nunca pensei vir a dizer isto sobre ‘fotógrafos de moda’!!!), sobre os diferentes tipos de publicações, produtores, agências, e acima de tudo, como chegar até eles. Basicamente, segundo a Jamie, ela tentou ensinar-nos tudo aquilo que gostava de ter sabido quando terminou o curso de Artes Plásticas na Parsons e começou a entrar no mundo da moda (algo que nunca havia planeado), mas infelizmente ninguém lhe disse.
Também foi explorada a componente de edição e crítica de imagem, já que os trabalhos que fazíamos eram projectados e comentados todos os dias durante a aula, o que é, obviamente, inestimável. Não é todos os dias que se encontra um fotógrafo/artista de topo que tenha pachorra para ver o nosso trabalho e tentar orientar-nos.

Posso garantir que esta experiência foi tão produtiva, que se pudesse, ficava aqui pelo menos mais um mês a aprender com a Jamie Isaia. Se alguém quiser ver trabalho dela acho que o pode encontrar no site da agência Art and Commerce: www.artandcommerce.com.

Antes que me esqueça como ‘bónus’, para além das aulas com a Jamie (ou outro professor convidado) e das apresentações com fotógrafos que decorriam todas as noites, ofereceram a todos os alunos dos workshops um seminário com o fotógrafo Hugo Rodriguez, no qual aprendemos basicamente a calibrar monitores e a processar ficheiros raw. Enfim, trabalhou-se de manhã, à tarde e à noite, mas valeu cada hora não dormida!

Mudando de assunto, se puderem pelo menos vão a Madrid ver algumas das exposições que estão a decorrer. Sugiro a do Thomas Demand, na Fundación Telefonica, a do Bill Brandt, no edifício AZCA, a da Roni Horn, na Sala Picasso do Círculo de Bellas-Artes, a do David Claerbout na Sala Minerva também do Círculo de Bellas-Artes e a colectiva “De viaje”, no Instituto Cervantes. As moradas estão todas no site do festival (essas e outras, claro, de exposições que suspeito serem tão boas como as que vos estou a sugerir... infelizmente só tive um dia para me dedicar à vertente das exposições e amanhã já volto para Lisboa... snif). Não se esqueçam de ir ver “Utopía” no CCB. Eu ainda não fui mas consta que é muito boa.

Só mais um pormenor, o facto de se participar num workshop dá 10% de desconto na compra de livros que sejam publicações oficiais da Photo España que se encontrem à venda nos stands PHE. Vai ser o meu próximo objectivo na ida de amanhã a Madrid, antes do regresso.

Este pequeno testamento foi só uma tentativa de vos abrir o apetite para o próximo ano. Espero que queiram vir, vale bem aquilo que se paga!

Vou andando... espero que os vossos estágios estejam a ser bons; o meu, não o estou propriamente a adorar, mas é a vida.

PS: João delegado de turma, já combinavas qualquer coisa para as pessoas se encontrarem. Já agora, alguém tem notícias do Miguel? Espero que já esteja melhor.

7 comentários:

Anónimo disse...

Olá Filipa,

às vezes custa que Madrid não seja mais perto, certo?

Curiosidade, o que foi que o Guillaume apresentou?

Obrigado, fique bem.

Anónimo disse...

Olá Miguel,

Não vi a apresentação do Guillaume Herbaut até ao fim porque tinha trabalho para fazer para o dia seguinte. No entanto, calculo que tal como nas aulas magistrais dos outros fotógrafos, tenha apresentado imagens de todas as séries relevantes que produziu ao longo do seu percurso (curto, não sabia que ele era tão novo!). Eu vi 'Tchernobyl' e 'Oswiecim'. Algumas das imagens exibidas estão em http://www.oeilpublic.com/photographe.php?p=4.

De facto, Madrid podia ser mais perto... mas também não é assim tão longe; são só 600 km! Uma hora de avião ou 5 de carro... meios de transporte mais alternativos não sei :)

Anónimo disse...

Obrigado Filipa por partilhares a tão positiva experiencia, tenho pena de não ter ido, enfim não se pode ter tudo.
Quanto aos links e nomes que meteste por aqui, bem roubaram-me muitas horas de sono.

Boa sorte no estágio.

Anónimo disse...

A sugestão de uma ida conjunta no próximo ano mantém-se.

Espero que tenhas perdido as horas de sono por um bom motivo! Quando estive em Espanha também pouco dormi! ;)

Anónimo disse...

Filipa,

É, o que eu conheço dele também é dessas séries e similares. Umas parecem-me mais intensas e conseguidas do que outras, mas nunca tive a oportunidade de ver um conjunto como deve ser visto. Aguardo.

Muito obrigado pelo magnet. Pelo inesperado e por esta atrofia em mim, fiquei meio sem jeito. Gostei mesmo, juntou-se aos poucos outros que me decoram o leito. Valeu demais.

Anónimo disse...

Túlio, já que estás numa de não dormir, tenho outro link para ti. É o site do professor que deu os seminários durante as tardes do campus da PHE08. Tem algumas dicas interessantes, pelo menos eu achei. http://www.hugorodriguez.com/

Miguel, ainda bem que gostou. Eu também tenho um, mas o meu decora o atelier. Serve para me lembrar que o mais importante são as pessoas. As máquinas, por si só, não movem o mundo; de facto, elas só dão respostas... se ninguém as estimular, nada acontece.

Afastando-me um pouco do Picasso, hoje em dia são pretextos para as pessoas fingirem que estão juntas quando na realidade se isolam.

Unknown disse...

Olá

achei muito interessante a sua descrição desse workshop..será que me podia dar informaçoes? do genero de datas,preços,se haverá mais? gostava de participar nesse workshop..obrigado