terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

BES PHOTO

Para esclarecer alguns equívocos que tenho ouvido recentemente sobre as nomeações para o prémio Bes Photo, penso que deviam ler um pequeno texto que encontrei no site do Bes:
"O BESphoto é uma iniciativa do Banco Espírito Santo em parceria com o Museu Colecção Berardo, que visa premiar artistas portugueses ou residentes em Portugal, que tenham efectuado uma exposição de obras de suporte fotográfico em território português, num determinado período. Esta iniciativa desenvolve-se com a realização de uma exposição conjunta de artistas, previamente seleccionados pelo Júri de Selecção e culmina com a atribuição do Prémio BESphoto ao artista vencedor, escolhido pelo Júri de Premiação. Ao promover iniciativas que contribuem para a mais ampla divulgação da excelência da arte suportada por fotografia, o BES pretende ser um agente activo no desenvolvimento das artes plásticas em Portugal. Esta iniciativa vem reforçar o compromisso assumido pelo Banco em promover a cultura portuguesa, um compromisso antigo no Grupo BES mas que pretende ser permanentemente renovado, estimulado e alinhado com o posicionamento da marca: moderna, em evolução, abrangente e com projecção junto dos diferentes segmentos da sociedade."
Não é o regulamento, mas explica muita coisa.

14 comentários:

Anónimo disse...

Ora bem, eu falo muito mal do bes photo, mas sempre soube a sua intenção.
Aquele folheto de papel reciclado, que dão á entrada da exposição..diz o seguinte:
"Considerando que fotografia se integra cada vez mais no campo alargado da produção contemporânea, a escolha reflecte, pois, essa situação. Artistas que trabalham exclusivamente com o meio fotográfico, e outros que o combinam com diferentes práticas artísticas estão entre os seleccionados...".

Eu parto da opinião do morto Cartier-Bresson, "A fotografia "fabricada" ou encenada não me concerne(...)"

Acho que deviam mudar o nome "d´isto, esta coisa BES PHOTO" e o BES devia dedicar-se mais ao aquecimento global e deixar a fotografia para os fotografos.

Anónimo disse...

Não à fotografia encenada?... ninguém diria Túlio... Não percebo o que é que andaste a fazer com os bonecos da Playmobil!Obrigaram-te?

Embora o Cartier-Bresson tenha fotografias muito boas, algumas das quais eu aprecio, não significa que o senhor seja dono da verdade! Ele, de facto, não encenava a maior parte das imagens que produzia, mas isso não significa que o trabalho de outros que encenam tenha menos qualidade. São simplesmente métodos de trabalho diferentes! Uns procuram, outros criam. Não sejas intolerante; aprende a olhar, ou pelo menos a respeitar quem olha noutras direcções.

Em relação ao Bes, qual é o problema de patrocinarem uma iniciativa que premeia artistas que usam a fotografia como suporte? A fotografia é um meio como outro qualquer, não é assim tão especial e intocável, e certamente não é domínio exclusivo dos fotógrafos. É preciso saber ver para além da técnica.

Filipa

Anónimo disse...

"Não percebo o que é que andaste a fazer com os bonecos da Playmobil!"
1º São Legos!
2º Todos nós temos direito a experimentar e só assim sabemos o que queremos. Só posso dizer que uma coisa é boa quando sei que outra é "menos boa".
"não significa que o trabalho de outros que encenam tenha menos qualidade. "
Eu tambem não disse isso, NA MINHA opinião só dou mais valor a outro tipo de fotografia.

"Em relação ao Bes", bem esta foi para ver se estavas a par de todas as noticias, afinal a caixa geral de depositos anda a reduzir em consumos por causa do aquecimento global. O Bes tambem podia tentar!

Só para terminar eu nao sou intolerante nem desrespeitador só sou um jovem obstinado com um ponto de vista diferente do teu.
:)

Anónimo disse...

Que grande desgraça!!! Peço imensa desculpa por ter confundido os bonecos da Lego com os da Playmobil!

Lá está o menino Túlio a fazer juízos de valor! Não é "menos boa" nem melhor, é só diferente. Obviamente que estás no teu direito de gostar mais de trabalhar de uma forma do que de outra no entanto, parece-me um bocadinho cedo para decisões radicais. Acho que ainda não chegámos ao momento da escolha, e esse facto é de aproveitar de forma positiva.

Em relação ao BES, não percebo em que é que uma coisa implica a outra... Enquanto o Ricardo Salgado for Presidente do Concelho de Administração do Grupo Espírito Santo, as iniciativas ligadas à fotografia vão certamente manter-se. E ainda bem... longa vida ao mecenato!

Bom trabalho, jovem obstinado...

Filipa

Anónimo disse...

"Que grande desgraça!!! Peço imensa desculpa por ter confundido os bonecos da Lego com os da Playmobil!"

O teu trabalho de edição foi uma história sobre "The Wonderful Wizard of Oz" certo? então vou lhe chamar branca de neve e os sete anões.
Acho que não ias gostar que troca-se o teu nome por outro.

Mas para ver se nos entendemos,
"menos boa" na minha opinião.
E "decisões radicais" constroem os objectivos de maneira mais lúcida. Com 20 anos já aproveitei de forma positiva um pouco de tudo mas todos os dias aprendo e Nunca digo: "desta água não beberei".


E para terminar o BES tambem faz boas iniciativas, isto é, quando promove o Prémio Fotojornalismo VISÃO / Banco Espírito Santo.


Não fiques com mais cabelos brancos.Bom trabalho

Anónimo disse...

Para já, eu não alterei o nome do teu trabalho; limitei-me a confundir a marca dos bonecos que usaste como modelo, o que não me parece dramático. O nome do trabalho nem sei qual é.

Sinceramente... chamares branca de neve e os sete anões ou cinderela ao meu trabalho de edição também não é coisa que me aflija. Não me ofendo por tão pouco, já tu... pareces-me um pouco irritadinho. Não vale a pena.

Acho acima de tudo genial que com 20 anos consideres que já aproveitaste um pouco de tudo. Eu acho que tão cedo não vou ser capaz de dizer isso. Se calhar é porque a maior parte das pessoas que admiro e considero de valor têm noção de que ainda têm muito que experimentar nesta vida (note-se, bem mais velhas do que nós). As pessoas mais fascinantes são aquelas que têm a capacidade de se reinventar, de ver o mundo de forma diferente todos os dias. A ti só te posso dizer: presunção e água benta...

Sim, concordo, o prémio Fotojornalismo Visão é uma excelente iniciativa, tal como é o Bes Photo e outras que tais.

Quanto aos cabelos brancos... não é para te chatear, mas tendo em conta que tens o cabelo bem mais escuro do que o meu, parece-me que os vais ter primeiro... mas não te preocupes; uns quantos cabelos brancos dão sempre um certo toque de charme.

Bom trabalho!

Anónimo disse...

Vou começar por dizer que não estou “irritadinho” e nem sei como podes pensar isso. Ou já compraste um computador que vê emoçoes através do ecran?... Sim estou a desviar de conversa mas é o que têm vindo a acontecer.
“20 anos já aproveitei de forma positiva um pouco de tudo mas todos os dias aprendo e Nunca digo: "desta água não beberei".”
Aqui considero que já aproveitei o pouco tempo de vida que tenho . “Eu acho que tão cedo não vou ser capaz de dizer isso”, Fácil, vidas diferentes.
Aquilo das pessoas que admiras não era perciso explicares porque eu fico indiferente nessa situação e as pessoas mais fascinantes existe muita discussão...Nem devemos falar disso porque somos ambos gemeos e sei como funciona.
“ver o mundo de forma diferente todos os dias” basta experimentar muitas drogas, mudar de partido, sei lá...
Eu gosto da maneira como vejo, por vezes está muito tráfico mas uma música da Cyndi Lauper na Rádio consegue resolver.

E pronto eu vou ter mais cabelos brancos, Parabens. Mas eu tambem não perco muito tempo a olhar para ele, prefiro aproveitar o tempo com outras coisas.

E todo o motivo deste post já não existe! Haha É o mundo da Blogosfera!

Anónimo disse...

Não, Túlio, eu não preciso de um computador tão esperto. Quando andava na escolinha aprendi uma coisa muito útil chamada leitura e interpretação de texto. As palavras transmitem emoções, sejam escritas ou faladas.

"O teu trabalho de edição foi uma história sobre "The Wonderful Wizard of Oz" certo? então vou-lhe chamar branca de neve e os sete anões. Acho que não ias gostar que trocasse o teu nome por outro."

Se isto não é 'irritadinho' e até um pouco agressivo, deves repensar a tua forma de escrever.

Gémeos... não vejo a relação. Se o signo influenciasse assim tanto as pessoas provavelmente estariamos mais vezes de acordo, ou pelo menos estariamos de acordo em alguma coisa!

Drogas, mudar de partido???? Nem vou comentar... Só pode ser para rir! Que desencanto. Reinvenção não é sinónimo de incoerência.

"Cabelos brancos" foi resposta a um comentário feito por ti... muito pouco a propósito, na minha opinião. Eu raramente comento características físicas, simplesmente porque não me interessam.

O mais absurdo no meio disto tudo é que o post inicial nem era dirigido a ti... Apesar de não te conhecer nada bem, tinha uma ideia diferente; provavelmente estava a ser influenciada pelo facto de saber que andaste na António Arroio.

Mudando definitiva e radicalmente de assunto, já viste as aulas que vão decorrer no campus Photo España? Estão no site http://www.phedigital.com/ em 'Campus PHE08 Comunidad de Madrid'. Pareceu-me uma proposta muito interessante. Infelizmente só é permitida a inscrição num bloco de aulas logo, era óptimo encontrar pessoas que gostassem de ir a blocos diferentes. Isto se conseguissemos entrar, pois a inscrição está sujeita a aprovação (não é de todo garantida e deve haver muita gente interessada).

Anónimo disse...

Chill out people, chill out. Começou por uma questão de nomenclatura do prémio. Foram infelizes. Depois, pela teia urdida entre júris, curadores e coleccionadores, tentaram arrepiar caminho e mudaram a explicação do prémio. Não tem a ver com a intocabilidade da fotografia ou qualquer outra expressão. Tem a ver com ser sério, e eles não foram. Túlio, a Cindy Sherman é o quê? e o Martin Parr? atenção ao Bressonismo. Filipa, sei que você o lê, há textos do Stieglitz que explicam o desconforto de alguns fotógrafos com as deformações do começo deste prémio. Agora já não importa. Como diria o Moretti, é tutta un' altra storia.

Anónimo disse...

O texto que citei é, de facto, recente. Refere-se à explicação do prémio que é dada actualmente no site do BES.

Para tentar compreender as suas observações, reli os textos introdutórios dos Catálogos BES Photo 2004 e 2005, já que ainda não consegui encontrar o regulamento do concurso. No catálogo de 2004 considero estar explícito o objectivo do prémio. Citando Delfim Sardo: "O prémio, tal como foi desenhado pelo BES, corresponde a uma necessidade sentida de reconhecer o melhor do que é apresentado na fotografia em Portugal, promovendo artistas que durante o ano anterior (...) efectuaram exposições que, pela forma como usam a fotografia em sentido amplo, contribuíram para o repensamento e problematização do género e ocuparam um lugar no panorama artístico português.".

Por outro lado, no catálogo de 2005, Delfim Sardo afirma: "Mais uma vez, o Centro Cultural de Belém alia-se ao Banco Espírito Santo para a realização do BES Photo, prémio de fotografia que resulta da selecção de um júri para uma exposição, a partir da qual um segundo júri escolhe o vencedor. Este modelo de prémio assenta na escolha efectuada por um grupo de críticos a partir das exposições de fotografia realizadas em Portugal por fotógrafos Portugueses (ou residentes no nosso país) (...). Independentemente de quem for agraciado com o prémio, a iniciativa BES Photo contribui para um melhor conhecimento dos fotógrafos Portugueses , para o estabelecimento de um novo plano de contacto entre a fotografia e os seus crescentes públicos e para a produção de novos projectos.".

Esta mudança de discurso leva-nos a pensar que o enfoque do prémio mudou; que este passou a dirigir-se à fotografia de per si em detrimento da fotografia utilizada como suporte.

Na primeira edição foram seleccionados 4 artistas com percursos muito diferentes: dois que começaram na fotografia, como fotógrafos, e dois que vieram da área da pintura. Na segunda e terceira edições, dos 8 artistas seleccionados, 6 tiveram formação académica na área da fotografia no entanto, não considero que o trabalho de grande parte desses artistas possa ser considerado exclusivamente fotografia; parece-me mais amplo. O que quero dizer, embora me custe, é que não concordo com o texto introdutório do Catálogo BES Photo 2005; a escolha dos termos não foi a melhor. Se se querem dirigir a artistas que usam a fotografia no seu trabalho, ideia que me parece ser reforçada pelo facto de ter sido a Helena Almeida a ganhar a primeira edição, não há razão para se falar em 'fotógrafos Portugueses' ou mesmo 'prémio de fotografia'.

Em relação ao Stieglitz, se se estiver a referir ao ensaio "Painters on Photographic Juries", penso que deve ser interpretado no contexto da sua época. Nessa altura a fotografia dava os primeiros passos para se afirmar no campo artístico e havia, de facto, uma enorme segregação entre os diferentes meios de expressão. Tal justificava-se, pois o conhecimento era muito especializado, e é certo que provavelmente um pintor não teria capacidade para avaliar uma fotografia. Hoje em dia, a formação académica é pluridisciplinar e a arte contemporânea vive uma verdadeira fusão de meios. Os limites tendem a diluir-se e cada artista selecciona para cada obra o meio que melhor se lhe adapta. Cada vez mais se dá maior importância à fase de concepção em detrimento da sua execução. Não obstante, concordo quando diz que há muita gente que se esconde por trás do termo 'arte moderna' para nos distrair da falta de qualidade evidente nos seus trabalhos.

Eu e o Túlio estamos calmíssimos... foi só uma pequena troca de ideias de colegas com pontos de vista pouco convergentes.

Anónimo disse...

Não, o texto do Stieglitz não era esse. Nem era nenhum em particular, era o conjunto da obra. É a fotografia viver por si, sem pessoas que a usam para atingir outros fins. É não tratar a coitada da fotografia a pontapé. Quanto ao BES Photo, um dia conto-lhe das promiscuidades nessa teia. Muitos nada de mal vêem nisso. Mas eu sempre fui inflexível quando chega à ética. Para que conste, a mágoa em relação às primeiras edições vem apenas daí, não me alinho ao Luís Carvalho LOL, que acho hilário, já que não tenho feitio para números de "virgem", nem nunca tive pretensão de que o prémio se lembrasse de amigos meus. Curiosamente, no primeiro ano, com todos os equívocos, o prémio para a Helena pareceu-me a saída possível. E olhe que eu estou longe, fotograficamente, da Helena.

Boa sorte para o fututo, continue o bom trabalho.

Anónimo disse...

Não posso tecer comentários acerca do que rodeia o BES Photo porque só tenho conhecimento dos textos publicados nos catálogos, das exposições em si e pouco mais. É certo que para qualquer banco, o mecenato, a arte, é acima de tudo um investimento financeiro e uma forma de auto-promoção. Não tenho ilusões em relação ao BES ou qualquer outra instituição do género. Desde o Renascimento, altura em que realmente surgiu o conceito de artista, os mecenas, ao apoiarem as artes, procuravam uma forma de se auto-promoverem. Quase 600 anos depois, está tudo na mesma.

A propósito do Luís Carvalho, cruzei-me com o seu blog, que considero lamentável, tendo em conta a posição que ocupa e as responsabilidades que dela advêm. Deixo o link, a título de curiosidade, não só para o blog, mas mais especificamente para um post que ilustra claramente a falta de educação desse senhor.

http://instantefatal.blogspot.com/2006/11/carvalho-responde-catrica-passo-passo.html

Obrigada :)

Anónimo disse...

Isso, eu também nada tenho contra mecenas como, neste caso, o BES, já que as suas intenções são perfeitamente legítimas e claras. Já a forma como os responsáveis deixaram desenrolar alguns processos...
O Luís Carvalho, o nome do blog resume o bípede LOL, Deus o guarde por muitos e bons anos porque eu gosto muito de rir. A falta de educação dele, que se estende também à cultura e à visão, só dá mesmo para isso. Se não nos desligarmos é de tirar do sério. Aí está um que gostava de ser recordado como o Bresson português. O verdadeiro espírito "eu é que sou o presidente da junta". Eu também acho que, se calhar, há uma junta para ele chefiar, mas não posso especificar qual LOL

Bela dica a da Photo España, aproveite(m).

Anónimo disse...

A mim parece-me que alguns senhores "fotógrafos" têm a visão limitada ás lentes que usam, e uns usam apenas 300mm, outros até usam 24mm, mas parece que até uma lente descentrada anda muito cara no mercado.
Acho muito triste que ainda existam fotografos que pensam que o seu trabalho pessoal é o exemplo de trabalho perfeito, aplicável e exigível a todos os profissionais e outros amantes da fotografia. Se todas as artes seguissem sempre a mesma vertente artística imaginemos que toda a arquitectura do mundo fosse á maneira de Rem Koolhas, arquitecto da casa da música, ou que todos os quadros fossem Monet's, ou que todas as esculturas fossem á Giocometti... por amor de deus, ficavamos parados no tempo para sempre!!Desde a Revolução industrial que já nao vivemos á custa das modas que duravam séculos e que eram orientadas e reprimidas pela nobreza e pelo clero, hoje em dia e cada vez mais é o nome do artista que representa uma vertente artística em que todos têm a oportunidade e o direito de pensar, refletir e elaborar um trabalho consoante as suas crenças artísticas! Cartier-Bresson é realmente um grande exemplo da fotografia, e posso até dizer que é sobre os seus ideias que eu próprio baseio o meu trabalho, mas ele não é o único!!! é muito fácil dizer mal dos concursos, mas a verdade é que eles existem para promover a cultura e os próprios artistas.E qualquer concurso tem o seu respectivo regulamento e obviamente nunca são para se enquadrar nos parâmetros dos trabalhos de toda a gente, mas isso não dá o direito de dizer mal. E em relação ao Bes, convém dizer que eles têm 4 concursos, Bes photo, reflex, bes revelação e bes/visao fotojornalismo e servem exactamente para servir várias vertentes artísticas.

Se querem ser cultos, ou parecer cultos, cultivem-se!..senhor túlio!