quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sombra, Florbela Espanca


De olheiras roxas, roxas quase pretas,
De olhos límpidos, doces, languescentes,
Lagos em calma, pálidos, dormentes,
Onde se debruçassem violetas...
...
...
De mãos esguias, finas hastes quietas,
Que o vento não baloiça em noites quentes...
Nocturno de Chopin... risos dolentes...
Versos tristes em sonhos de Poetas...
...
...
Beijo doce de aromas perturbantes...
Rosal bendito que dá rosas... Dantes
Este(a) era Eu e Eu era o(a) Idolatrado(a)!
...
...
Oh! tanta cinza morta... o vento a leve!
Vou sendo agora em ti a sombra leve
De alguém que dobra a curva duma estrada...
.
.
.
Sombra, Florbela Espanca, Sonetos.

Sem comentários: